Abstrato
o termo ‘neoliberalismo’ é polissémico. Como Gamble salientou, “nunca houve um neoliberalismo” (Gamble, 2009, p. 71). O termo foi inicialmente usado na década de 1930 pelo economista alemão Alexander Rüstow para descrever o pensamento liberal que estava emergindo na época, que era hostil ao intervencionismo estatal que se tornou comum nas primeiras décadas do século XX., pp. 70-1)., O uso original do termo foi, portanto, destinado a distinguir o pensamento liberal econômico do “novo liberalismo”, tão popular na Grã-Bretanha de Asquith ou na Alemanha de Bismarck na virada do século, e de todas as formas de coletivismo, sejam eles soviéticos, nazistas ou keynesianos (Dixon, 1998, pp. 6-7). Foi em 1938 que uma conferência de Paris reuniu um grupo de intelectuais, incluindo os economistas austríacos Friedrich von Hayek e Ludwig von Mises, para discutir suas ideias. Sugeriu-se a criação de um centro internacional para promover a renovação do liberalismo clássico (ibidem).,, pp. 7-8). A ideia foi colocada em espera uma vez que a guerra eclodiu no ano seguinte, mas foi revivida em 1947, quando von Hayek reuniu os principais liberais econômicos em outra conferência realizada perto de Montreux, na Suíça, e a Sociedade Mont Pèlerin foi fundada (ibid., pp. 7-8). A sociedade seria o berçário das ideias neoliberais no século XX, gerando neoliberais tão conhecidos como Milton Friedman da Chicago School of Economics e Lionel Robbins da London School of Economics (ibidem)., p. 9).